Na Resenha com Pedro - projeto VOZES PRETAS | Flávio Renegado

O racismo estrutural sempre dominou a sociedade, por mais que sejamos maioria entre a população brasileira, ganhamos pouco, não temos as mesmas oportunidades de emprego, educação e ascensão. Somos marginalizados ao ponto de nos tornarmos as principais vítimas da violência, além de sermos a maior parte da população encarcerada. Diante dessas problemáticas me perguntei... Porque nós negros sofremos tanto com uma sociedade injusta e cruel ao ponto de nos colocarmos como seres inferiores?

Após essa pergunta, decidi criar esse projeto, intitulado VOZES PRETAS, tendo como finalidade ouvir personalidades negras da música, arte e jornalismo, afim de desmitificar o que a sociedade sempre impôs, e aqui reafirmo: #VIDASPRETASIMPORTAM.

E para darmos início ao nosso projeto, bati um papo com o rapper, cantor, compositor, ator, ativista e empreendedor social: Flávio Renegado. Que de antemão, quero esboçar a minha felicidade e agradecer a oportunidade de conhecer um pouco sobre sua história e por ter acreditado em meu projeto. Muita paz e mais sucesso a ti, Renegado!


PEDRO LIMA: Seu contato com o rap foi muito cedo, o que te levou a caminhar no meio musical? Olhando a sua trajetória, como define seu caminho profissional?

FLÁVIO RENEGADO: Bom... Comecei a cantar rap com os treze anos, né mano. Cara eu sempre fui apaixonado por música, eu canto rap porque é o gênero musical que me arrebatou. Eu acho que de toda forma, se não fosse o rap, eu cantaria música de qualquer maneira, porque cada dia que passa eu tenho mais certeza que eu sou músico, mas o rap eu tenho uma paixão impar por ser a música da verdade, a música que fala a realidade que fala a verdade, que prega a verdade, então o rap ganhou esse lugar no meu coração nesse sentido. Cara eu me defino como esse ser cosmopolita, que é um ser periférico, tá ligado? A periferia é um lugar que reúne tudo! Reúne tecnologia, reúne resistência, reúne passado, futuro, presente. Eu sou isso, sou um pouco disso tudo, eu sou um pouco dessa nova periferia que vem se consolidando se erguendo e se fazendo presente.

PL: Em seu ponto de vista, o que motivou a criação do rap e o que o impulsionou em transformar a realidade em gênero musical?

FR: Se você analisar a história do hip-hop, ele surge e tomou força nos guetos norte-americanos por uma série de coisas. Primeiro em poder falar o que se pensa, o que se acha e o que se vive. Ele se deu muito nesse lugar de resistência e sobrevivência. Então o rap veio como representante desse som, dessa rapaziada que estava ali esquecida e marginalizada no gueto, e que não tinha condição financeira para adquirir equipamentos para fazer música na perspectiva que deveria ser, e que achou no rap e hip-hop uma maneira de produção barata e que podia se falar o que pensava, então sinto que ali o rap nasceu e ganhou fôlego, tá ligado? Por ser uma expressão do gueto, uma expressão de quem não tinha espaço para falar e encontrou nessa expressão falar o que pensa, o que acha, o que sente e o que vive. Então no meu ponto de vista é aí que o gênero ganhou força.

PL: Servindo como ferramenta de resistência, o rap por muito tempo foi marginalizado. Acredita que por ser um gênero musical feito em sua maioria por negros periféricos fez com que a sociedade tivesse essa visão?

FR: Sim! Um pouco sim, cara. A sociedade é preconceituosa, né mano? Principalmente com o que vem da periferia. O samba viveu isso, o rap viveu isso, o funk vive isso, a música nordestina vive isso. É isso, a sociedade quer que a gente continue quieto e calado no gueto, só que a periferia é o centro! Hoje nós somos a pauta, hoje nós damos a pauta para discussão, tá ligado?!  Então vamos continuar lutando e fazendo a nossa pauta acontecer.

PL: Atualmente estamos vivendo momentos de grandes transformações, tivemos muitos movimentos antirracista. Como analisa esse último ano que foi tão perverso para nós negros?

FR: Mano, a pandemia aflorou muito o que realmente é o ser humano. A pandemia nos obrigou a ficar dentro de casa e olhar no espelho, e aí quando a gente tem o assassinato do George Floyd, do garoto Miguel e de vários outros durante esse processo pandêmico demonstra o que realmente a sociedade é, tá ligado? Uma sociedade patriarcal, racista que desteta gays, pretos e mulheres, detesta os pobres. Essa sociedade que o tempo inteiro nos julga e nos condena, porque estamos apenas vivendo e resistindo e para eles é uma ofensa muito grande conquistarmos espaços e nos apropriarmos desses espaços. Então vamos continuar lutando, vamos continuar resistindo quer eles queiram ou não, mas é isso, a pandemia aflorou o que a sociedade é.


PL: Composição sua e de Gabriel moura, a música “Negão e Negra” traz uma letra forte e uma mensagem contra o racismo. Como surgiu a ideia para essa composição?

FR: Quando rolou a possibilidade de fazer um feat com a Elza, eu quis logo fazer uma música para coroar esse momento e aí nasceu “negão e negra”. Mostrei a ela que curtiu, e gravamos o som, tá ligado? Foi uma música feita para ser interpretada por mim e por ela, a gente já compôs a música pensando nesse feat, nessa parceria e eu tive a felicidade dela curtir e aceitar o feat. Então o máximo respeito! Obrigado meu parceiro Gabriel Moura, por acreditar e chegar junto comigo nessa daí, espero que tenhamos a oportunidade de escrever várias outras mais, e vamo que vamo!

PL: Ainda sobre o single “Negão e Negra”, como foi ter a Elza Soares como parceira musical?

FR: Um presente, né mano? Um presente, a partir dali nós coroamos essa parceria. Depois de “Negão e Negra” já fizemos outro feat,que foi “Divino Maravilhoso” de Gil e Caetano, e espero esse ano fazer mais feats com ela, e poder ter ela junto comigo em outras canções também. E vamo que vamo, vamo parar por aí não, ainda tenho muito que fazer nessa vida.


PL: Quais são seus projetos para este ano que se inicia?

FR: Estou em estúdio, gravando músicas novas, compondo bastante preparando novos projetos para o mundo virtual e o para o mundo presencial. Agora que temos a previsão da vacina, já fico mais feliz em poder encontrar com as pessoas poder estar no palco novamente. Estou quase há um ano sem subir no palco, muita saudade de tocar de estar junto sentir a energia do povo é o que me alimenta, mas o pessoal que acompanha meu trabalho pode continuar conectado que vai vim muita coisa nova aí, muita coisa bonita estou muito feliz com as composições novas, cheio de coisa linda. E um aviso, quem gosta de Renegado vai ficar muito feliz com esse ano, tá bom?



PL: Por fim... Qual mensagem você deixa para o jovem negro que vê o rap como forma de externar suas dores e através da música fazer uma sociedade melhor?

FR: Cara o rap é a música da verdade, se você quer cantar rap pense nisso! Pense em cantar a sua verdade, em cantar a verdade que você acredita, a verdade que te move. Você será um rapper feliz, o rap tem que ser o que a gente sente ele é o nosso coração, temos que dar vida ao nosso coração, tá na hora de dar voz ao coração o século XXI tá aí para nos mostrar os aplausos, tá ligado? Temos que dar voz ao nosso coração, deixar nosso peito falar e ser feliz, é isso.

Bom... Muito obrigado pela entrevista foi uma honra, um prazer estar com vocês. Obrigado pelas perguntas maravilhosas, adorei todas, e vamo que vamo. Pessoal que não conhece meu trabalho , convido a conhecer minhas redes e ficar por dentro, todo dia de manhã faço um café com chocolate, se quiser bater um papo de manhã cedo vai lá tomar um café comigo.

Certo? Beijo no coração, fé em Deus e é nois que tá! Até breve!

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Nostalgia 2021: A alegria e a elegância de Betty Lago

Nascida em 24 de junho de 1955, Elizabeth Lago Netto, ficou nacionalmente conhecida como Betty Lago modelo, atriz e apresentadora dona de uma alegria contagiante e um talento extraordinário nas passarelas e na televisão, Betty começou sua carreira como modelo nos anos 70, foi descoberta pelo fotógrafo Evandro Teixeira e que após alguns anos foi encorajada a tentar a carreira no exterior.


Betty em 'Quatro por Quatro' (1994)

Após 15 anos se dividindo entre as passarelas da Itália, França e Estados Unidos, Betty volta ao Brasil disposta a tentar a carreira de atriz (durante os anos de 1988 a 1991 Betty, fez cursos de interpretação no exterior), porém sua estreia aconteceu em 1976 dando vida a Zizi no filme Dona Flor e Seus Dois Maridos. Na televisão sua primeira aparição foi em 1992 na minissérie Anos Rebeldes interpretando a elegante Natália, no ano seguinte Vick Valentine na minissérie Sex Appeal, em 1994 foi uma das protagonistas do megassucesso Quatro por Quatro no papel da transloucada Abigail.  Após esse trabalho a atriz firma uma bela parceria com o autor Carlos Lombardi participando de outras produções de autoria do mesmo a exemplo de Vira-Lata (1996), Uga Uga (2000), O Quinto do Infernos (2002), Kubanacan (2003), Pé na Jaca (2006) e Guerra e Paz (2008).

Mas entre todos esses papeis citados acima Betty, teve mais uma protagonista na carreira em O Amor Está no Ar (1997) foi Sofia, uma mulher exuberante que se apaixona pelo mesmo homem que sua filha. Além disso fez participações em Pecado Capital (1998), Os Normais (2002), A Diarista (2004), Bang Bang (2005) e Cinquentinha (2010) interpretando Rejane em seu último trabalho na Rede Globo.

Betty caracterizada para sua personagem em 'Bang Bang' (2005)

Como apresentadora comandou no canal fechado GNT entre 2000 a 2002 o GNT Fashion, de 2005 a 2010 compôs o time de apresentadoras do Saia Justa. Em 2011 transfere-se para RecordTV, e participa da novela Vidas em Jogo na pele da divertida empregada doméstica Marizete, pela primeira vez vimos Betty em um papel totalmente diferente do que já tinha feito e sobre este papel a atriz fez a seguinte declaração ao site Terra, em 11 de maio de 2011: “Acho que foi o grande barato de assinar com a Record: experimentar um papel que já é popular no texto. Dizer que eu só posso interpretar com traços de classe é a mesma coisa, na minha opinião, que falar que pobre não pode ter traços finos”.

Betty em 'Pecado Mortal' (2013)

Após a novela, a atriz teve mais uma vez presente em um trabalho de Carlos Lombardi, desta vez em sua estreia na RecordTV com a novela Pecado Mortal (2013), no papel de Stella. Pecado Mortal é foi a última vez que vimos Betty em uma novela.
No ano seguinte, lança um canal de humor no YouTube, intitulado Calma, Betty!, já doente, se afastou da televisão para travar uma luta contra o câncer - diagnosticado em 2012 - e, em, 13 de setembro de 2015, Betty Lago partiu para alegrar o céu, aos 60 anos de idade, deixando um legado na história da televisão brasileira.



Supernatural tem final decepcionante

 


Sempre imaginei que o fim dos irmãos seria a morte, e que eles seriam os responsáveis por salvar o mundo dos monstros. Se não os dois, um seria morto para se sacrificar. Após o penúltimo episódio da série pensei ter assistido o series finale enganado, mas infelizmente ainda restava mais um. 

O que aconteceu no último episódio foi corrido e sem emoção. Após derrotarem Deus, Dean morrer em uma caçada normal é muito injusto e anticlímax. E por não acreditar estar acontecendo daquela forma, não consegui me emocionar com a despedida dos irmãos. O final teve diversos erros, o que fez com que pra mim, a série terminasse no lindo, vibrante e aceitável penúltimo episódio. 

Após morrer, vimos Sam casar com alguém que nem sabemos quem é. E o romance que ele tinha com Eileen? Esqueceram? Ao que tudo indica, continuou caçando e seu filho seguiu os passos do pai, mas foi tudo tão corrido que parecia final de novela das seis. Sem contar que por qual motivo Sam apareceu no céu com a fisionomia jovem se ele morreu velho? Bobby, Dean, Marry e tantos outros morreram e ficaram com a fisionomia de quando morreram. Por qual motivo com ele foi diferente? 

Foram muitas pontas soltas, o que é normal para uma série com mais de 200 episódios, mas o mais triste foi saber do potencial que os roteiristas tinham para dar um final justo para Supernatural. Série que tem episódios incríveis onde brinca com a nostalgia dos fãs, emociona e honra com a mitologia da série. Infelizmente isso não aconteceu no último da série. 

P.S: Tantos personagens ao longo dos anos e que não deram as caras no último da série, mas o mais injusto foi Castiel ter sido mencionado e não aparecer. Um personagem tão importante quanto os dois irmãos. Lamentável.

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