Fresno se supera com A Sinfonia de Tudo que Há, um disco sobre a vida, a música, os sonhos e a voz

 


A Fresno é uma banda que já passou por diversas fases e mudanças. Após o ótimo disco de estúdio Infinito (2012), eles demoraram quatro anos para gravar um novo disco de inéditas, e parece que isso foi proposital. Lançado ontem em todas as plataformas digitais, A Sinfonia de Tudo que Há mostra todo o amadurecimento da banda, que já era notável em Infinito, e um pouco mais no EP Eu Sou a Maré Viva (2014).

Sexto Andar é a música que abre o disco, e já podemos perceber do que tudo isso se trata. Isso se trata muito mais que um disco de inéditas, isso é um apelo, é sobre a vida, é sobre sonhos, é sobre a verdade de cada um. É sobre a música, sobre a voz. A faixa Eu Sou o Trovão tem a participação de Caetano Veloso, e após ouvir, realmente podemos entender o motivo dessa participação, ele tem tudo a ver com a faixa e somou muito ao projeto. Além das letras muito bem escritas, o disco é muito bem produzido, os arranjos são de uma beleza fora do normal. "Eu canto pra tirar do peito esse nó/ Que paralisa toda vez que eu fico só/ Me tirem tudo, mas me deixem com voz/ Enquanto houver um coração batendo em nós...", essa é uma parte de Abrace a Sua Sombra, uma das melhores músicas do álbum e que deixa nítido sobre o que eu falei ali em cima, sobre isso ser sobre toda a trajetória da banda até aqui. Em Astenia podemos ouvir o Lucas cantando sobre um amor que não existe mais, sobre alguém que foi embora e deixou sua marca, e é aí que podemos ver que apesar de toda a evolução, a essência da banda não muda. A Fresno que conhecemos sempre vai estar aqui, O Ar também prova isso, já que é a única música já conhecida de fato pelo público, já que fazia parte do projeto solo do LucasVisconde. "Sem ter razão, eu te dei meu coração/ Sem saber que eu precisava dele pra viver..." o amor que machuca está presente mais uma vez na música Axis Mundis, uma das músicas mais lindas do disco, e se você prestar atenção no arranjo, é algo que não dá pra explicar de tão lindo. Maldição talvez seja a música mais pesada do disco, que lembra muito o som do EP Cemitério das Boas Intenções (2011). A Sinfonia de Tudo que Há é outra música que diz muito sobre o que a música é na vida do vocalista, que sim, é um dos grandes compositores da atualidade. 

O trabalho é bem diferente dos anteriores, em todos os aspectos, e isso é muito bom. A espera valeu a pena e a banda entregou mais um trabalho de qualidade para o público. As pessoas que ainda sentem certo pré-conceito com a banda deviam fechar os olhos para quem canta e julgar o trabalho em si, tenho certeza que mudariam sua opinião se ouvissem de ouvidos nus. 

NOTA: 9/10


Postar um comentário

0 Comentários