A crônica de um amor em oito faixas: a jornada emocional de Eduardo Kaczan em "8 m e s e s"

Capa: Fabio Audi

Eduardo Kaczan lançará no próximo dia 12 o seu novo álbum, "8 m e s e s", e eu tive a oportunidade de ouvi-lo em primeira mão.

Com oito faixas que narram a história de um relacionamento vivido pelo artista, este é o seu projeto mais coeso – talvez pelo fato de as músicas pertencerem a um mesmo capítulo de sua vida. Na primeira faixa, "d e z e m b r o", o cantor descreve a paixão à primeira vista, e a surpresa fica por conta de um áudio de sua mãe, que o aconselha a manter os pés no chão e não se entregar tão facilmente. Um conselho que, a julgar pelas canções seguintes, não foi seguido.

"j a n e i r o" chega em seguida, arrepiando com o verso "A nossa história, essa é a minha versão/ Entrego as minhas melhores lembranças de ti...", no qual ele reflete sobre o início do romance e a crença de que o amor superaria todos os obstáculos, como a distância. A faixa seguinte, "f e v e r e i r o", embalada por um tom ainda apaixonado, fala sobre sua visita a Lages/SC e como "subiu a serra por uma pessoa".

Em "m a r ç o", o discurso começa a mudar quando canta "O carnaval me deixa preocupado/ Te liguei, mas o seu celular estava desligado...", evidenciando que a entrega vinha de apenas um lado. Já em "a b r i l", o verso inicial "Estamos brigando demais..." reforça que as coisas já não estavam bem, e o quanto Eduardo estava imerso na relação. Ouvir as canções do álbum é como acompanhar uma história de amor em capítulos, o que torna a experiência muito mais rica. As composições, repletas de detalhes, são um ponto alto do projeto.

Se em "a b r i l" a última frase expressa a recusa em desistir da pessoa amada, em "m a i o" ele desabafa sobre o fim do relacionamento, o que é intensificado na belíssima "j u n h o", onde canta sobre o término. O piano que acompanha a voz de Eduardo em versos como "Tua voz ecoou dizendo que nada sente por mim..." apenas reforça a carga dramática da faixa.

Em "j u l h o", Eduardo declara que vai viver e encerra o álbum expondo o medo que sentia a cada despedida. Ele revela que sempre se perguntou quando seria a última e que, agora, sabe a resposta: 29 de julho.

Reitero que este é o projeto mais coeso do artista. As faixas percorrem um relacionamento que começa feliz e leve, até deixar de sê-lo. A história contínua se reflete nas faixas que se encaixam uma na outra, sem pausas. Em seu segundo álbum de estúdio, Eduardo Kaczan transformou a dor em seu melhor trabalho.

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