Maria Gadú canta a alma em Guelã

"Me encontro/ em feliz nova era/ que as tantas quimeras/ não fazem calar..." Esses são os versos em que Gadú termina a música Suspiro, faixa que abre o seu novo disco de inéditas Guelã, após quatro anos sem lançar algo inédito. A música que tem quase quatro minutos, em sua maior parte é instrumental e a voz de Gadú nos minutos finais, mostram o que o disco tem pra nos dar, um projeto poético e menos comercial, onde Gadú mostra muito mais que sua música, mas sim sua alma e no que ela acredita. Isso deve dividir opiniões, afinal, não esperem por hits, como em seu álbum de estreia, Gadú veio encantar e cantar. 

O disco, de músicas praticamente autorais, traz Trevoa, única regravação do disco, do compositor Mauricio Pereira. Que soma muito e completa o álbum. Em OBloco, primeira música de trabalho, Gadú deixa claro o que pretendia ao lançar o disco, no verso "A alma é pulso do bloco..." ela canta o que eu disse, Guelã é muito mais que um disco de músicas inéditas, é um disco em que ela canta sua alma e o que acredita. 

Com um repertório rico - destaque para Ela, Tecnopapiro, Vaga, Acquária e Suspiro - Guelã vai soar diferente para aqueles que esperavam um trabalho parecido com os anteriores. E isso não é ruim. É sinal que a artista está amadurecendo. E nós, somos os que ganham com isso. E com a letra da música Aquária, que fecha o disco, eu termino a resenha, sobre esse ótimo trabalho, "Dois pontos negros/ No céu/ Focam seus olhos/ No mar/ Prendo o silêncio/ No peito/ Prendo o silêncio/ Com os olhos/ Faço silêncio de mim..."


*****/5,0

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