Faltou emoção na primeira temporada de "Percy Jackson e os Olimpianos"


Gostaria de iniciar ressaltando que minha análise se baseia exclusivamente na série televisiva, uma vez que não tive a oportunidade de ler os livros. Meus sentimentos e impressões foram formados ao longo dos oito episódios da temporada de estreia, que adaptou o primeiro livro da saga criada por Rick Riordan.

Eu assisti ao filme de 2008 e fiquei bastante impressionado, logo, minhas expectativas para a série eram muito elevadas. Embora a série esteja longe de ser inassistível, e acredite que seja plenamente possível corrigir os equívocos desta temporada, ela decepcionou em vários momentos.

Ao descobrir que é filho de um Deus, Percy se vê obrigado a embarcar em uma missão para impedir uma guerra. Embora a jornada seja desafiadora, nem mesmo os obstáculos conseguem transmitir emoção ou tensão. O último episódio, particularmente, deixou a desejar, apresentando-se apático - um fator que pode dificultar o engajamento do público.

A performance do elenco infantil carece de emoção, e as interrupções abruptas em momentos de tensão atrapalham o fluxo da narrativa. Se essas falhas não forem corrigidas em uma eventual segunda temporada, poderá ser desafiador manter o interesse na série por um período prolongado.

Uma história de amor cheia de encontros e desencontros em "Normal People"


"Normal People" é uma série lançada em 2020, adaptada da obra literária de Sally Rooney. A trama gira em torno de Marianne e Connel, dois jovens que, apesar de pertencerem a realidades distintas, encontram uma afinidade incomum durante o colegial.

Depois dessa aproximação, os dois não conseguem manter uma bola relação e decidem se distanciar, permanecendo separados até o início da faculdade, onde se reencontram. A partir desse momento, somos conduzidos através dos encontros e desencontros de duas pessoas que lutam para lidar com seus sentimentos, e que apesar de suas dificuldades, no fundo, se amam.

Com episódios que duram menos de 30 minutos, a série se destaca por sua direção meticulosa e elenco altamente habilidoso. Os protagonistas transmitem com sucesso todas as emoções que experimentam, como amor, angústia e dor, evitando qualquer abordagem clichê para a história. Conforme sugere o título, não há vilões ou mocinhos, apenas pessoas reais lidando com suas próprias escolhas, traumas e imperfeições.

Relembre "Sete Vidas", novela protagonizada pelo saudoso Domingos Montagner

Em 9 de março de 2015 estreava Sete Vidas, novela em que Lícia Manzo se inspirou em uma história real para contar a história de Miguel, interpretado pelo saudoso Domingos Montagner.


A trama contava a história de sete vidas, Júlia (Isabelle Drummond), Pedro (Jayme Matarazzo), Bernardo (Ghilherme Lobo), Luís (Thiago Rodrigues), Laila (Maria Eduarda de Carvalho), Felipe (Michel Noher) e Joaquim (Bernardo Berruezo), que não se conhecem, mas tem uma ligação por serem filhos de Miguel (Domingos Montagner), um doador de sêmen.

O oceanógrafo Miguel foge de vínculos afetivos por conta de um trauma familiar: ele acredita ter provocado a morte de sua mãe na adolescência. Namorado da jornalista Lígia (Debora Bloch) há pouco mais de um ano, Miguel se sente pressionado a construir uma família ao lado dela e embarca em uma expedição arriscada à Antártica para fugir da responsabilidade.

Durante a viagem, o navegador sofre um acidente de barco e é dado como morto. Lígia vai até a Antártica com Lauro (Leonardo Medeiros), melhor amigo e parceiro de trabalho de Miguel, acompanhar as buscas pelo corpo e, ao voltar para o Brasil, descobre que está grávida.

Ao mesmo tempo, a estudante de medicina Júlia descobre que não é filha biológica do falecido pai, em uma aula prática do curso. Ao questionar a mãe Marta (Gisele Fróes), dona de um renomado buffet, a moça é informada que o pai era estéril e que ela foi gerada por meio de inseminação artificial.

Com o número de registro de seu doador anônimo, a estudante descobre que tem um meio-irmão: o biólogo marinho Pedro (Jayme Matarazzo). Os dois marcam um encontro em uma manifestação contra a instalação de uma indústria química no centro do Rio de Janeiro. Eles não se encontram no lugar marcado, se esbarram. A atração é imediata, mas, horas depois, os dois se identificam e iniciam um convívio marcado por um amor impossível.

Pedro e Júlia enviam uma carta para o doador de número 251 e o documento é entregue a Lígia, que está grávida de Joaquim, meio-irmão deles, e decide conhecê-los. Durante um jantar na casa do biólogo, a jornalista conhece Vicente (Ângelo Antônio), produtor musical e pai de criação de Pedro. O convívio entre eles aumenta e acaba em casamento.

Um ano após o acidente na Antártica, Miguel (Domingos Montagner) volta ao Brasil e procura Lauro (Leonardo Medeiros). O oceanógrafo conta que foi resgatado quase sem vida por um pesqueiro clandestino e, depois, abandonado sem memória em uma colônia de pescadores. Aos poucos, ele recuperou suas lembranças e agora está disposto a retomar sua vida.

Ao se deparar com a notícia do casamento entre Lígia (Debora Bloch) e Vicente (Ângelo Antônio), com a existência de Joaquim e a aparição de seus dois filhos biológicos, frutos da doação de sêmen que fez aos 16 anos de idade nos Estados Unidos, Miguel decide ir embora novamente. Ele prefere continuar dado como morto e pede para o amigo guardar o segredo.

Uma das curiosidades sobre a trama, é que inicialmente ela iria estrear no horário das 23h em 2014, com apenas 57 capítulos, por tanto a Globo decidiu mudar o cronograma e decidiu que a trama se sairia melhor como uma novela das seis pela temática leve e romântica, colocando-a para substituir Boogie Oogie.

Lícia Manzo utilizou como inspiração para escrever a história o filme franco-canadense "Meus 533 Filhos", de 2011, e o filme estadunidense "De Repente Pai", de 2013, ambos com temáticas que envolviam doadores de sêmen que tem a vida alterada quando os dados vazam e seus filhos saem em busca de conhecê-los, porém alterando o foco da comédia para um romance dramático.

A trama está na íntegra na Globoplay. 

O álbum que Luan Santana celebrou as mulheres

Há pouco menos de oito anos, Luan Santana dava um passo importante em sua carreira quando reuniu grandes nomes femininos da música brasileira para lançar o "1977". 

Sandy, Ivete Sangalo, Ana Carolina e a memorável Marília Mendonça são algumas das estrelas que contribuíram para este audacioso projeto, que permitiu ao artista ampliar ainda mais a popularidade de sua música no Brasil. Sob a produção de Dudu Borges, o "1977" apresentou músicas que transcendiam o gênero sertanejo, com o artista aventurando-se em faixas de estilo mais pop.

O título "1977", é por conta do ano que foi criado o Dia Internacional da Mulher, pela ONU. O projeto teve um lançamento exclusivo nos cinemas Cinemark — algo não muito recorrente na época. Com 12 faixas, atualmente, o projeto ultrapassa a marca de 242 milhões de streams apenas no Spotify. 



"Kubanacan" é uma novela confusa?


Após quase um ano, concluí minha maratona da novela Kubanacan, escrita por Carlos Lombardi. Minha decisão de assistir à trama veio a partir de uma discussão no Twitter, que despertou minha curiosidade sobre a novela, da qual eu pouco me lembrava por ser muito jovem durante sua exibição original. Poucos capítulos se passaram até que eu me encontrasse imerso na intrigante trama criada pelo autor.

Após ler diversos comentários sobre a novela, formei uma perspectiva que diverge da opinião majoritária. Nota-se que, após 130 episódios, o ritmo da trama sofre alterações e a narrativa tende a se tornar repetitiva — uma ocorrência comum em novelas com 227 capítulos. No caso de Kubanacan, o autor demonstrou habilidade ao criar situações que capturam a atenção do espectador.

Após inúmeras situações, descobrimos o grande mistério envolvendo Esteban (Marcos Pasquim), e é neste ponto que se encontra o dilema crucial. Será que o autor se desviou para um desfecho sem lógica?

Minha maratona se estendeu por aproximadamente seis meses, e posso afirmar que o desfecho não correspondeu às minhas expectativas, porém, não é tão confuso como muitos sugerem. Há a presença chocante do incesto, que ficou evidente com a revelação do segredo. Contudo, quem assistiu sabe que todas as peças se encaixaram, e o autor fez questão de utilizar vários flashbacks para elucidar o rumo que a trama estava seguindo.

Se você tem interesse em assistir à novela, mas hesita devido às críticas ao seu final, eu sugiro que dê uma chance e se permita se apaixonar pelos personagens criados pelo autor. Essa experiência será uma montanha-russa de emoções, mas que, no final, se mostra gratificante.
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